O tempo passa mas a minha vida permanece
infinitamente imóvel e igual. As pessoas insistem em fazer-me promessas e a
quebra-las logo em seguida. Juram mudar e não mais voltar a cometer o
mesmo erro. Mas aqui para nós, isto é tudo mentira. Enfim... não foi por falta
de avisos que cedi e acabei perdoando-os. Mas o amor que dei sempre foi em vão
e lá no fundo sabia-o. Acho que o defeito está em mim. Não vejo acontecer com
mais ninguém. Talvez tenha sido “danificada” na maternidade e a vida
encarregara-se de concluir o resto da missão. E a certa altura
torna-se difícil demonstrar amor quando já não sentimos mais motivação
alguma. Embora o amor seja comunicado de diversas maneiras, é nas nossas
palavras que se podem reflectir as condições de concretização do próprio.
Quantas vezes já
disse e ouvi: “ Pensei que fosses diferente ”. Porém sei que
nunca é, apenas esforço-me para pensar assim. Infelizmente o ser vivo é um
animal e como tal também tem instintos de predador e sobrevivência. Um dia com
o culminar das ocorrências transforma-se...
Peço desculpa, se não sou
quem imaginavam ou queriam que fosse. Contudo o que aconteceu já é passado e o
que posso fazer agora é tentar mudar. Tentar acreditar. E na pior das hipóteses
tentar viver... Mas se não dá para aceitar tal facto, então também não és / não
são como eu imaginava.
Obséquio, só porque disse a
verdade, não significa que não haverão consequências. E então chegam as lembranças... vão e vêm tal
como tu. E como tantas outras pessoas. Sinto a todos os instantes que o mundo
se ri de mim.
Como pudeste ser capaz de
me enganar novamente? Manchaste a confiança que em ti depositei sem hesitação
nem arrependimento. Está difícil continuar assim. É insuportável para mim
tolerar, engolir e desvalorizar. Como esquecer... Será que dizes essas palavras
bonitas como dizes a mim a outras? Será que só és quem queria que fosses junto
a mim para me fazer sofrer? Como pudeste? Por mais que queira ignorar,
dou por mim sempre a pensar nisso e a tentar decifrar... Maldição. A única
resposta que me ocorre é fingir. Todo este tempo tens fingido e por medo nada
dizes. Mas na hora H eu sou uma fraca. As pessoas
insistem em fazer-me promessas e a quebra-las logo em seguida. Juram mudar
e não mais voltar a cometer o mesmo erro. E eu acabo perdoando. Mas a verdade é
que nós sentimos e optamos por escolher acreditar numa mentira.
Ninguém alguma deu
importância à minha tristeza ou solidão. E essa história só poderia acabar mal.
É triste, mas será melhor para mim partir numa jornada sem destino. Talvez a
dada altura certas pessoas despertem e consigam finalmente entender...
"Acho que quando se acaba, na
verdade nunca se amou. Talvez te tivesse amado para sempre..."
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