sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Following into direction... Capitulo 6

Todas as minhas memórias estão ficando cada vez mais frias. Nada mais é o mesmo.
Sinto-me como se estivesse presa dentro de um filme que a minha cabeça criou. E eu não quero sequer olhar, porque já eu sei como termina. Tantas foram as palavras. Tantas as promessas que não se quebrariam. A última chamada, a última música, a última dança. Nada retorna.
Esses sonhos… meus sonhos continuarão a crescer mais e mais. Não é muito, mas é tudo o que me resta… continuar dormindo. Por que decidi que não quero voltar.
- Francis? – Chamou uma voz grossa demonstrando uma pontada de preocupação. - Posso entrar?
- O que fazes aqui, Henrique? – Inquiri escondendo a cara.
- Estou preocupado. A tua avó ligou-me, disse-me que tens estado trancada no quarto o dia todo. O que se passa? – Pediu ele aproximando-se da cama.
- Não se passa nada. Vai-te embora. Quero estar sozinha. Não preciso da caridade de ninguém.
- O que se passa Francis? – Bradou Henrique segurando-me o rosto. - Tu não estás bem. Alguém te fez mal, não foi? Responde-me.

- Não. Eu é que simplesmente não entendo.
- Não entendes o quê? Diz-me Francis.
- Não entendo. Não entendo o porquê. Já não sei quem sou. O que quero para mim. Não entendo como é que um único deslize meu. A única fez que deixei-me ir pelo coração. Pude destruir toda a minha vida. Todos os meus sonhos. Como pude desiludir as pessoas que tanta fé depositaram em mim. Como pude acreditar alguma vez que faria a diferença.
- Isto tudo é por causa da minha proposta de casamento? Deve-se ao facto de estares arrependida de ires casar-te comigo? Eu não quero obrigar-te a nada.
- Não! – Respondi de imediato agarrando-o. - Não é nada disso. É que nestes últimos dias tenho sentindo uma tristeza enorme. Sinto-me desamparada. Sem rumo nem finalidade nesta vida. Olho-me ao espelho e vejo um monstro. Alguém insignificante e ridículo.
- Não digas disparates. Tu não tens nada disso. E vais ter um bebé! O que há de mais maravilhoso e mágico que isso? Como podes dizer-te um monstro. – Disse Henrique pousado as suas mãos no meu ventre.
            Perante tamanha demonstração de respeito e carinho. Sorri. E acreditei nas suas palavras. Eu acreditei nas suas palavras. Abracei-o e adormeci no seu colo. O mundo naquele momento podia mesmo ter acabado.






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