O tempo passa. E passa
rápido de mais. Parecendo que não. Hoje somos crianças, amanhã já somos
adultos. Estamos seguros e no segundo a seguir perdidos no mundo. Mundo esse que eu já nem conheço. Preciso de arranjar um tempo, para pensar sobre as coisas
que me rodeiam. Sinto que num piscar de olhos o mundo foi
colocado sobre os meus ombros, sem que me perguntassem primeiro se
aceitava esse fardo.
No que toca às mulheres, desde
pequenas que somos um pouco burras. Ensinam-nos a acreditar em fantasias vãs e
snobes. E enquanto não sofremos o “primeiro” desgosto de amor, continuamos a deslumbrar-nos
ainda com o aparecimento do príncipe encantado. Histórias malditas.
Do que a minha memória consegue lembrar, apenas recordo sofrimento
e dor. Chega uma altura na vida, em que nos interrogamos: - Eu não sei, se posso suportar isto tudo de
novo... ou se quero suportar isso tudo de novo. Surgem os sentimentos de
revolta, mágoas devastadoras, perda de vontade, indiferença. As desgraças caem
na rotina, as tristezas assumem papeis principais. Passamos a ser cépticos, paranóicos e sem lugar neste mundo.
Acreditamos que o melhor para nós, é estar do outro lado. O lado do
desconhecido e irreversível. É verdade que crescemos ouvindo os contos de fadas, mas
nem todas acreditam realmente nisso. No entanto, perdemos tempo vendo e
lendo-os. Talvez um dia... suspiramos com fé. Um dia... que pode nunca chegar. Muitas
vezes morremos sem nunca ter experimentado esse sentimento tão mundialmente
falado e actualmente conspurcado. Então recordo as promessas falsas e os piropos
elevando- nos ao topo do mundo. Mais não são, que simples manobras
de diversão usadas pelos homens para nos possuírem. Somos mercadorias neste
sociedade recalcada. Pessoalmente, somos um pouco como o mercado dos carros. A
cada novo lançamento, os coleccionadores tem de ter essa edição.
Depois cai em desuso e sai fora de moda.
Então e agora, ainda te sentes uma
princesa? Tens a certeza? Achas que isso realmente existe? Já é hora de ganhar
juízo, não? As pessoas vão longe demais para mudar as suas vidas solitárias.
Querem saber o que é o amor. Quem não quer... Mas não passo de mais alguém que
se enfadou e procura desesperadamente a porta para fora daqui... Se quiserem chamem-me
de louca...
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