terça-feira, 25 de junho de 2013

Following into direction... Capitulo 3

A manhã já vai alta. O sol brilha no topo do seu trono. Dois dias se passaram desde a minha estupidez infantil com o canivete. Resta agora uma cicatriz ainda inflamada, mal sarada tal como o meu coração. Que insisto em ocultar com acessórios femininos e clichés casuais e romancistas.
            Vim passear um pouco sozinha. Precisava esquecer o sucedido. Além do choque inicial, o pior estava para vir nos dias seguintes. Théo esquecera-me por completo, assim como acontece quando acordamos de um sonho. Neste caso pesadelo. Apagou-me de tudo que pudesse manter-nos em contacto. Desligou o telemóvel. Só a morada permanece idêntica. Mas com a distância que nos separa, nem quero mais saber. Se assim foi, é porque não quer que vá atrás. Tem outra, esqueceu-me. Conseguiu o que sempre desejou de mim e o que todos os homens ambicionam que lhes aconteça na vida. Possuir uma virgem. Burra! Ah e tal... é o tal. Nem é como os outros. Tão diferente, educado. Tão sério. Petas! Calhau!
- Hey. Desculpe? – Disse uma voz grave atrás das minhas costas.
- Sim? – Respondi, virando-me para  a pessoa.
- Não...
- Henrique?
- Francis?
- Quem diria que um dia nos encontraríamos. – Disse ele sorrindo.
- Pois. Deve ser destino...
Estava envergonhada. Sem jeito perante Henrique. Conhecera-o numa feira local. Esbarramos um no outro. E com o meu feitio indomável desatei logo a protestar. Ele parecia sofrer do mesmo, olhava-me impavel sem dizer nada.
- Então..., bem o que te trouxe aqui? Pareces triste.
- Nada. Não quero falar de problemas e cenas tristes.
- Hum... posso pagar-te um gelado? Algo do género? Se quiseres desabafar.
Como continuava serena e quieta. Pude observar desconforto no seu rosto. Estava com medo que tivesse dito algo que me assustara.
- Bem..., sim. Acho que sim. Desde aquele encontro deveras aparatoso. – Respondi esboçando um ligeiro sorriso.

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