É hoje o dia. Já passa das onze da noite. Ainda não fui capaz de me decidir
a ligar e dizer a minha resposta. Acho que ele não acredita mais que vá este
fim-de-semana ao casamento. Toca o telemóvel. É ele!
- Alô? Alessandro?
- Olá. Então Lana já tens uma resposta para mim? – Perguntou-me ele numa
voz impaciente.
- Bem... Sobre esse assunto. Eu...
- Diz Lana. Sim ou não?
- Sim. Eu vou contigo. Vens buscar-me ou encontramo-nos nalgum sítio
especifico?
- Não. Eu faço questão de ir buscar-te. Obrigada Lana. Não imaginas o bem
que me estás a fazer.
- Está bem. Então até lá. Adeus.
A chamada termina. Mal me aguento nas pernas com o nervosismo. O que
estou eu a fazer? Vai ser um desastre.
Dias depois, toca o
despertador às oito da manhã. Ainda sonolenta derrubo o despertador. Mas este
insiste em continuar o seu chinfrim infernal. Levanto-me mal-humorada e
lembro-me de repente, de que é hoje o dia do casamento dentro de duas horas o
Alessando estaria à minha porta.
Lanço o despertador
sobre a cama e corro para o armário. Ao abri-lo deparo-me com um vestido curto
com bordados e um mini tule cor rosa pálido. Acompanhado de uns lindos sapatos de gala cor creme. Podia jurar que não me
recordava de os ter comprado.
Tomei um duche rápido. De seguida
vesti-me e encontrei outro obstáculo. Que penteado levar? O meu cabelo tinha o
vício de ser indomável Então acabei por optar prender uma parte dele com
ganchos especiais deixando o restante cair em cascata sobre as costas, e alguns
cachos caírem sobre a face. Parecia-me bem. Quanto à maquilhagem foi umas
pitadas muito ao de leve. Nunca fui muito dada a pinturas.
Toca
o telemóvel novamente, não precisava de ir atende-lo para saber quem era.
Agarrei a minha bolsa e saí. Ele estava de costas viradas para a minha porta de
mãos nos bolsos.
- Olá. Demorei
muito?
Quando se
virou parecia ter sofrido um embate duro. Que as suas palavras de saudação
ficaram-lhe presas na garganta por alguns segundos.
- Olá. Não,
não demoraste. Ah. Bem estás diferente.
- É só
impressão tua. Vamos?
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