Aquele dia do casamento foi realmente estranho. Depois
de cumprimentar-nos praticamente deixamos de comunicar um com o outro. Se o
combinado era fazer-me passar por sua namorada ainda que por apenas um dia, começávamos mal.
À
chegada ao local do casório ele estacionou o carro, e sem dar-me tempo abriu a
porta do carro e ajudou-me a sair. Havia ali muita gente e pude observar que ao
verem-no chegar e acompanhado começou a iniciar-se um burburinho.
- Devíamos entrar de mãos dada na Igreja Lana. – Disse agarrando-me uma das mãos.
Eu apenas assenti. O choque de tocar-me tinha
roubado o fôlego As mãos eram fortes e grandes. O meu corpo todo vibrava com o
facto de estarmos ligados ainda que fosse só pelas mãos dadas.
Mais
tarde durante o copo de água, eu sentia-me um peixe fora de água. Alessando
tinha-se ausentado. E não sabia o que fazer. Nunca fora muito boa com pessoas.
Quando de repente o Alessando me puxou contra o seu peito e me
beijou. No começo estava em transe pelo aparato, mas lentamente fui cedendo e
saboreando o seu beijo caloroso e esfomeado. Foi algo surreal e único. Até
termos sido interrompidos, pela noiva – a ex-namorada dele. Então percebi a ânsia do seu desejo. Fora apenas teatro, e deixem-me que vos diga, muito bem
feito. Contemplei isso pelos olhares entre os dois. Porém três meses depois eu
ainda continuo a pensar nisso. Naquele beijo repentino. Terá significado alguma
coisa? Ou terá sido apenas mais um beijo e nada mais...
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