segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Guerreira ferida

Consegues ouvir-me agora?
Consegues escutar agora,
O meu andar pelo limite do submundo?
Continuo procurando por algo…
… que nunca vou encontrar.
Deixei tudo para trás!
Agora, estou presa, e nunca irá mudar!
…até ao último dia.
Para onde vou agora?
Qual o caminho a percorrer?
Passei a vida supondo, e sempre
Me saiu o tiro ao lado.
Vou voltar a desenvolver a vontade de estar viva?
Vou tentar.
Por que nunca vi o clarão?
Vou golpear esta dor, abafando-a na escuridão?
Vou sepultar-me contra o chão?
Não!
- Mas aonde vais? Como acabaste sozinha?
Espera! És capaz de me ouvir?
Não há luz, não há vida,
Torna-se difícil respirar, quando se está no subsolo.
- Posso falar agora? Ouves-me?
Para quê! Olho nos meus olhos e vejo…
Nada!
Olho ao meu redor e vejo…
Nada!
Como podes pedir-me que continue fingindo?
Não passas de um homem de muitas palavras,
Mas de poucas acções!
Tentando- me iludir com as estrelas do céu,
Indicadoras de algo para mim...
- Ouve-me! Queres parar de teres dó de ti, mesma!
De andares pelas ruas, tão ausente de esperança,
Com medo de sonhar com um mundo melhor?
Nós estaremos juntos neste caminho,
Vivendo sem vergonha e sem receios,
Um recosto de concreto, um do outro!
Quando acordares, rapidamente esquecerás,
Os sacrifício que foram feitos…,
Tudo não passará de mais uma obscura noite,
Em que viste os teus pilares de audácia desmoronar.
Não te esqueças, eu nasci para andar,
Andando pela vida toda...
Não existem pausas, nem momentos de dor,
Até podemos estar juntos e teres razão,
Mas, agora ouves-me andar pelo marco do submundo?
Continuo procurando…

…até ao último dia.

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