quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Button page... Capitulo 3


Realmente nunca fui de ter muita sorte na vida, devo ter nascido com o rabo virado para a lua. O meu dia começou ameno e chuvoso. Tal como o meu estado de alma, enfim.
Combinei de ir visitar uma amiga minha que vai embora durante alguns meses, para infelicidade minha.
            Saí de casa em direcção à estação de comboios, a meio do caminho começou a chover e lá abri o chapéu-de-chuva que não durou mais do que um minuto. Partiu-se em todos os lugares e sítios imagináveis. Raios! Era o meu chapéu-de-chuva favorito. Mas a tragédia não fica por aqui, a chuva intensificou-se e o saco que trazia rasgou-se. Penso que pior não poderia ficar a situação. Enganei-me redondamente. A minha má sorte persegue-me onde quer que vá. Cheguei à estação toda molhada, com o conteúdo do saco nas mãos, um vento dos Diabos que mal consegui carregar o cartão do comboio. Em seguida só me faltou encontrar um bêbado… Pura desgraça e comédia.
            Uma hora e meia depois cheguei ao destino. Tempo horrível. A parte mais estranha de todo o meu dia foi o retorno a casa. A vida é deveras muito estranha e o destino decerto parece apreciar brincar com as cordas que me prendem a ele. Nunca acreditei nessas tretas que passam na indústria cinematográfica nem no senso comum. Até ao dia de hoje. “Nunca digas que desta água não beberás”, foi o que se passou comigo, em um dia triste, chuvoso e aborrecido. Conheci um rapaz na estação de comboios, foi tão rápido e misterioso que agora pensando no assunto parece que foi mais um dos meus sonhos malucos que me desgastam a cabeça quando tento dormir e acreditar que amanhã o meu dia será excelente e maravilhoso, e que sem esperar serei surpreendida na positiva, claro! “Amo-te! Casa-te comigo” Acorda Anabelle, isso é só nos contos de fada da indústria cinematográfica. Já tiveste desgostos amorosos que cheguem, vai com calma e mete os freios. O teu destino adora embaralhar-te os sentimentos e surpreender-te com as pessoas que tu menos esperar.

            Toca o telemóvel. Tanto tempo depois uma mensagem do Ruan: - A cada dia que passa tudo o que mais quero é sentir os teus beijos. A cada noite que caí o que mais quero é sentir os teus braços me fazendo carinho até adormecermos.

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