1- Introdução
O presente trabalho tem como objectivo fulcral a
implementação de pré-requisitos ou seja manual de boas práticas a nível de um
Restaurante Japonês, mais precisamente a nível da elaboração de pratos de
maior risco como o sushi (salmão) e do sashime (é utilizado atum, camarão, cavalinha,
lula, polvo).
Os programas de segurança
alimentar podem ser subdivididos em Pré-requisitos como a manutenção, limpeza,
higiene pessoal entre outros, bem como Análise de Perigos e Pontos de Controlo
Críticos (HACCP). De onde se
destacam os sete princípios e etapas do processo de implementação:
1.
Identificar
os possíveis perigos associados à produção alimentar em todas as fases, desde a
origem até ao consumidor final, passando pelas fases intermédias de tratamento,
enchimento e distribuição e avaliar a probabilidade de ocorrências destes
perigos e identificar as medidas preventivas necessárias ao seu controlo.
2.
Determinar os Pontos críticos de Controlo (PCC) das fases
operacionais, que devem ser controladas para eliminar os perigos ou minimizar a
probabilidade de ocorrência.
3.
Estabelecer os limites críticos e as tolerâncias que
devem ser respeitados para garantir que cada
PCC se encontra sobre controlo.
4.
Estabelecer um sistema de monitorização permanente que
assegure o controlo dos PCC por meio de
observações e testes periódicos programados.
5.
Estabelecer as acções correctivas a serem tomas quando o
sistema de monitorização indica que um PCC não se encontra sobre controlo.
6.
Estabelecer procedimentos de verificação, incluindo os
testes e procedimentos complementares, destinados a confirmar que o sistema
HACCP funciona eficazmente.
7.
Estabelecer um sistema documental referente a todos os
procedimentos e registos apropriados para os princípios 1 a 6 e sua aplicação.
Ao longo do tempo tem-se
observado que os estabelecimentos de restauração têm sido frequentemente
associados a surtos de toxinfecções alimentares devido a matérias-primas
contaminadas, manipulações inadequadas que originam contaminações cruzadas,
armazenagens em frio e arrefecimentos impróprios, incorrectas práticas de
descongelação, confecções inadequadas, má higiene pessoal, pessoal manipulador
infectado, má higiene das instalações, equipamentos e utensílios, panos da
loiça/esponjas utilizados para diversas funções, alimentos preparados com muita
antecedência, armazenagem à temperatura ambiente e distribuição demorada (Bolton, 2008).
A culinária japonesa tem como destaque as suas
preparações à base de peixe cru, como por exemplo o sushi e o sashimi. Mas
tratam-se de pratos de elevado risco a nivel higiênico-sanitário. Pois é do
conhecimento geral que todos os alimentos já se apresentam naturalmente
contaminados pelos mais diversos tipos de microorganismos. Mas a grande
preocupação é impedir que eles sobrevivam e se multipliquem comprometendo à
qualidade do alimento e a saúde do consumidor
(Baião, 2011). Uma vez que de entre os riscos relacionados ao consumo de
alimentos contaminados, estão as DTVAS (doenças transmitidas por via alimentar),
que constituem um problema em ascensão, preocupando as autoridades tanto dos
países desenvolvidos quanto dos países em desenvolvimento.
2- Determinação de Pontos fucrais
2.1. Localização e Estruturas
O chão deve ser mantido em boas condições, de maneira a ser facilmente limpo e sempre
que necessário desinfectado.
Tal como as
superfícies das paredes, mas as
superfícies devem ser lisas até uma altura adequada às operações.
Os tectos e equipamentos neles montados devem ser
construídos e preparados por forma a evitar a acumulação de sujidade e reduzir
a condensação, o desenvolvimento de bolores indesejáveis e o desprendimento de
partículas. De fácil limpeza e isento de agentes e fontes de contaminação como
nichos de condensação e teias de aranha.
Todas as junções entre a parede, o chão e o tecto, devem
de ser contínuas e as fendas devem de ser tapadas.
As janelas e outras aberturas devem ser construídas de
modo a evitar a acumulação de sujidade, mas as que puderem abrir para o
exterior devem estar equipadas, sempre que necessário, com redes mosquiteiras de
protecção, facilmente removíveis para limpeza.
Se na cozinha
existirem sistemas de electrocussão de insectos, devem estar posicionados e
afastados da luz natural, dos alimentos e das correntes de ar.
As portas devem poder ser facilmente limpas e, sempre que
necessário, desinfectadas. Para o efeito, deverão ser utilizadas superfícies
lisas e não absorventes.
As superfícies dos equipamentos das zonas em que os
géneros alimentícios são manuseados, nomeadamente as que entram em contacto com
os géneros alimentícios, devem ser mantidas em boas condições e devem poder ser
facilmente limpas e, sempre que necessário, desinfectadas.
2.2. Instalações e Equipamentos
Devem permitir a manutenção e a limpeza e/ou
desinfecção adequadas, evitar ou minimizar a
contaminação por via atmosférica e facultar um espaço de trabalho adequado
para permitir a execução higiénica de todas as operações.
Sempre que necessário, as instalações de
lavagem dos alimentos devem ser separadas das que se destinam à lavagem das
mãos.
Devem existir instalações sanitárias em
número suficiente, munidas de autoclismo e ligadas a um sistema de esgoto
eficaz e não dar directamente para os locais de manuseio dos alimentos.
2.3. Higiene do
Pessoal
Deve
existir um número adequado de lavatórios devidamente localizados e indicados
para a lavagem das mãos.
Os lavatórios para a lavagem das mãos devem
estar equipados com água corrente quente e fria, materiais de limpeza próprios
e dispositivos de secagem higiénica.
As instalações sanitárias devem ter
ventilação adequada, natural ou mecânica.
Sempre que necessário, o pessoal deverá
dispor de vestiários adequados.
2.4. Serviços
A água de consumo
deve de cumprir a legislação nacional e comunitária relativa à mesma. Se
existir um circuito de água não potável e outro potável estes devem estar
devidamente indentificados.
As áreas de
preparação e de confecção, o fluxo de ar limpo e a remoção de vapores devem de
ser obtidos por sistemas de ventilações mecânicos.
Devem ser
utilizadas luvas descartáveis quando se moldar alimentos crus ou confeccionados
e alimentos desinfectados. Porém é necessário seguir as seguintes regras:
1-
Lavar
e desinfectar sempre as mãos antes de colocar as luvas;
2- Calçar as luvas imediatamente antes de manipular o alimento;
3-
O manipulador só pode fazer uso da luva, estritamente
para manipular directamente o alimento, não podendo tocar em mais nenhum outro
local. Se por algum motivo, necessitar de interromper a tarefa, deverá retirar
a luva, inutilizando-a de imediato.
4-
Sempre que recomeçar a tarefa utilizar uma nova luva ou
par de luvas.
5-
O manipulador deve ter a consciência de que, embora a
luva possa dar a sensação de segurança, a mesma pode ser responsável por
contaminações cruzadas.
2.5. Limpeza
Os recipientes do lixo devem de estar em número e
localizações adequadas no estabelecimento, devendo ser despejados uma vez por
dia, em locais apropriados, separados fisicamente das zonas de armazenagem e de
preparação dos alimentos.
Detergentes, desinfectantes e produtos químicos
destinados à limpeza devem se encontrar claramente identificados e armazenados
fora de zonas alimentares.
Na limpeza devem ser utilizados materiais
descartáveis para a limpeza e desinfecção das bancadas, de forma a evitar focos
de contaminação. Deve ser realizada de cima para baixo, tendo o cuidado de não
salpicar as zonas que já foram limpas.
Nunca utilizar para limpar superfícies de
trabalho, mesas, paredes e equipamentos, utensílios que se usem para limpar o
chão.
Não utilizar o mesmo equipamento de limpeza
nas casas de banho e nas zonas de preparação de alimentos.
2.6. Armazenagem
Os locais destinados ao armazenamento devem encontrar-se
identificados e manter as características adequadas para a conservação dos
produtos (ex: temperatura, humidade e ventilação).
Os produtos de limpeza e
os desinfectantes não devem ser armazenados em áreas onde são manuseados ou
guardados géneros alimentícios.
2.7. Zonas de Trabalho
Sempre que necessário, proporcionar condições adequadas
de manuseamento e armazenagem a
temperatura controlada, com uma capacidade suficiente para manter os géneros alimentícios a temperaturas adequadas
e concebidos de forma a permitir que essas temperaturas sejam controladas.
A luz deve de ser adequada ao local de trabalho, logo a
existência de lâmpadas devem de estar protegidas devido às quebras.
A utilização de códigos de cores, para as tábuas de
corte, facas e outros utensílios.
A existência de ventilação natural ou mecânica adequada e
suficiente, de forma a evitar o fluxo mecânico de ar de zonas contaminadas para
zonas limpas. Os sistemas de ventilação devem ser construídos de forma a
proporcionar um acesso fácil aos filtros e a outras partes que necessitem de limpeza
ou de substituição.
Proibição de panos na cozinha.
Não se pode varrer a seco o pavimento das
áreas de manipulação de alimentos e salas de refeições.
Definição de um conjunto de regras relativas a
comportamentos dos trabalhadores no local que possam afectar a segurança dos
alimentos/produtos, que incluam:
•
Proibição
de fumar,
•
Proibição
de cuspir,
•
Mastigar
pastilha elástica ou comer,
•
Espirrar
ou tossir sobre alimentos/produtos não protegidos.
2.8. Controlo de pragas
Todos os produtos
utilizados têm de ter as fichas técnicas e de segurança dos mesmos.
Os insecticidas sob
a forma de sprays
não devem ser utilizados em zonas de armazenagem, preparação e confecção de
alimentos.
Relatórios das visitas
dos técnicos.
Localização dos
postos de engodo e armadilhas.
As portas de acesso ao exterior deverão impedir
acesso de pragas (ir até ao chão), e as portas internas deverão estar equipadas
com sistemas de fecho automático (por ex: sistema de mola).
Deverão ser levadas
a cabo inspecções minuciosas das instalações por pessoal especializado em
controlo de pragas, pelo menos de 3 em 3 meses, para detecção de evidências de
infestação de insectos ou roedores.
O uso dos
pesticidas deve ser restrito ao mínimo necessário e de forma a não contaminar
os alimentos, não podendo confundir-se com os géneros alimentícios.
Os pesticidas
deverão ser armazenados em armários específicos, situados longe da zona de
armazenagem dos géneros alimentícios.
Se na cozinha
existirem sistemas de electrocussão de insectos, devem estar posicionados de
forma a estarem afastados da luz natural, dos alimentos e das correntes de ar.
2.9. Controlo de fornecedores
Os fornecedores deverão ter implementado um sistema de
certificação das qualidades, sujeito a auditorias, e toda a matéria-prima
fornecida (pedidos, contratos, faxes, facturas), ou seja permitir a respectiva rastreabilidade da
mesma.
•
De
quem se recebeu/adquiriu o produto,
•
O
que se recebeu,
•
Quando
se recebeu.
•
Recomendações: quando apropriado, devem ser definidas
especificações para as matérias-primas.
Visto que na
questão do pescado (peixes,
crustáceos, moluscos, anfíbios, quelónios e mamíferos de água doce ou salgada,
usados na alimentação humana), a importância do uso de gelo é essencial, pois na
ausência deste, o pH, a produção de histamina, a produção de trimetilamina
(TMA), bases voláteis totais e principalmente a multiplicação microbiana
aumentam significativamente. Na presença de gelo a proliferação bacteriana é reduzida. Portanto, a qualidade
e a quantidade de gelo são imprescindíveis para a manutenção do frescor do
pescado.
2.10. Controlo à recepção
As matérias-primas devem ser inspeccionadas e separadas
de acordo com a sua natureza antes de armazenadas. Principalmente as
potencialmente perigosas, quanto aos seguintes aspectos:
¨ quantidade.
¨ data de validade ou data limite de consumo (quando
aplicável).
¨ das embalagens.
¨ quando apropriado, verificar as condições de higiene dos
veículos de transporte e do condutor, bem como as temperaturas dos produtos.
2.11. Abastecimento de água
Ter atenção e
consciência no que toca a canalizações, acessórios ou outros aparelhos instalados
entre as torneiras e as redes de distribuição, que não sejam da
responsabilidade da companhia.
Deve-se solicitar à
companhia de distribuição de água os resultados periódicos de análises, ou
também periodicamente efectuar análises de rotina para atestar a qualidade da
água.
2.12. Gerência e Registos
A entidade gestora deve realizar auditorias internas e
manter actualizada toda a documentação que demonstre o estrito cumprimento dos
requisitos legais:
Deve também definir acções correctivas tais como:
Ø A acção a tomar de imediato.
Ø Quem deve ser informado e o tipo de relatório a fazer.
Ø Investigar sobre a possível causa do problema e como pode
ser evitado.
Ø Quem assume a responsabilidade da decisão tomada.
Ø Após a acção correctiva pode ser necessário efectuar uma
revisão ao sistema de modo a evitar a repetição do problema.
3-
Implementação
dos pré-requisitos
Os pré-requisitos são etapa ou procedimento básico que
controlam as condições operativas de uma instalação alimentar, permitindo a
verificação de condições favoráveis para a produção de alimentos seguros.
Então, no que toca aos equipamentos de registo de
temperaturas, estes, devem ser verificados regularmente e testados quanto à sua
exactidão. E uma vez usados devem ser desinfectados em seguida.
Na zona de trabalho à entrada deve constar sempre
desinfectante para as mãos.
As tábuas de corte deverão ter cores diferentes, de modo
a identificar o tipo de alimento correspondente e de cor diferente da escala
habitual para fazer contrastes, por exemplo pescado cru (verde), carne crua
(amarelo), vegetais e frutas (castanho), pão e produtos lácteos (vermelho),
carnes cozinhadas (rosa) e vegetais cozinhados (branco). E esta escala de cores
das tábuas deve estar afixada num quadro de cortiça à frente das bancadas.
Na questão de preparação/confecção de alimentos crus é
obrigatório o uso de facas de aço inox, por serem fáceis de lavar e desinfectar
e utilização de luvas descartáveis na montagens dos pratos, não podendo tocar
em mais nenhum outro local. Se por algum motivo, necessitar de interromper a
tarefa, deverá retirar a luva, inutilizando-a de imediato.
Quanto ao peixe cru para sushi e sashime este deve ser
congelado com 24 horas de antecedência, a uma
temperatura igual ou inferior a 20ºC negativos. Este processo deve ser feito
com equipamento próprio para o efeito, por exemplo um abatedor de temperatura.
E deve ser descongelado de maneira adequada, por exemplo no microondas com
leite cobrindo todo o produto ou dentro do frigorífico na parte inferior
específico para tal (temperatura entre
1 e 4ºC).
Mas antes é, esvicerado e seguidamente muito bem lavado debaixo de água corrente e escorrido. No
final de todas estas operações, os desperdícios gerados devem ser imediatamente
retirados, assim como as zonas de preparação devem ser limpas e desinfectadas imediatamente após a conclusão
de cada tarefa.
No arroz quando feito se não for
utilizado de imediato, tem de ser arrefecido
rapidamente – abatedor de temperatura. E
o compartimento dos cereais deve ser limpo regularmente ou de semana a semana.
Os detergentes,
desinfectantes e produtos químicos destinados à limpeza devem se encontrar claramente identificados e a sua forma de utilização
explicada num quadro tanto numa das paredes da zona de trabalho como numa zona
estratégia para que todos os funcionários da empresa o possam ver.
De ano a ano tem de ser feito análises microbiológicas às superfícies limpas e desinfectadas, bem como aos produtos alimentares “confeccionados”
que são vendidos ao público.
Os manipuladores não devem utilizar anéis,
pulseiras, brincos, colares, piercings, entre outros. Tem de usar barrete ou
touca, no caso das mulheres cabelo amarrado. As fardas dos manipuladores que
trabalham nas zonas de preparação e de confecção devem ser de cor clara, de forma
a pôr em evidência a sujidade.
Só podem circular nas áreas de preparação de
alimentos, pessoal devidamente fardado.
Fardas limpas e de uso exclusivo no estabelecimento.
Todo o pessoal que está directamente ligada aos alimentos
tem de fazer exame médico completo no início da sua
actividade e, pelo menos, uma vez por ano ou de dois em dois anos. Mas durante
este período contrair alguma doença ou inflamações tem que obrigatóriamente
comunicar a situação ao seu superior.
A desinfecção dos
legumes e vegetais devem ser feita da seguinte forma:
- Passar-los
por água
- Passa-los
pelo desinfectante ( ex:água com lixívia=> 1L de água 5 gotas de
lixivia),
- Passar-los
novamente por água e utilizar.
Os alimentos em buffet principalmente crús
têm de estar refrigerados a 4ºC e não devem estar expostos mais que 2 horas. O
mesmo se aplica, na questão do tempo, a outros alimentos não crús. E as
temperaturas têm de ser controladas e registadas para posteriormente serem
entregues ao seu superior.
Todas as sobras devem ser deitadas sempre
fora.
Sempre que seja necessário gelo, este só pode
ser feito com água potável da companhia que abastece o estabelecimento.
As arrumação das materias-primas deve ser
feita de forma a que não haja contaminações cruzadas entre si, ou seja,
prateleiras específicas para cada matéria-prima.
As matérias-primas refrigeradas ou congeladas
quando recebidas devem ser arrumadas nos frigorificos “sujos” designados para
cada função. É proibido no mesmo frigorífico ou arca congeladora misturar carne
e peixe ou matérias-primas que tenham sido descartonadas.
Nos frigorificos das áreas de preparação é
proibido colocação de produtos que tenham vindo da rua ou que estejam
contaminados.
É obrigatorio que todos os produtos
alimentares quando não utilizados, sejam guardados devidamente edentifcados
com:
1.
Nome do produto
2.
Data de embalamento e Prazo de validade
3.
Modo de preparação
4.
Nome do responsável
Possuir um espaço defenido para recepção de
mercadorias, bem como, um histórico dos meus fornecedores e ficha de registo à
recepção.
4-
Conclusão
O presente trabalho consistiu em implementar
pré-requesitos na área de Hotelaria/Restauração de forma a prevenir, eliminar
ou então tentar reduzir os perigos que podem contaminar o produto durante o seu
processo. Uma vez que existem pratos ou tradições em que os alimentos não são
cozinhados, potenciando um maior risco.
“... [a] ocorrência mundial de
doenças transmitidas por patógenos
presentes nos alimentos, os riscos potenciais de consumo de pescado na transmissão de doenças, o baixo nível de
educação sanitária da população mundial, no sentido da adoção de medidas
preventivas para este tipo de enfermidade e de hábitos alimentares, um número
cada vez crescente de fatores predisponentes à ocorrência deste tipo de
enfermidade, assim como o aumento de pessoas enquadradas como população de
risco, (...) faz-se necessário estudar e avaliar condições de obtenção de
alimentos, suas microbiotas, patogenicidade e mecanismos de prevenção e defesa,
em busca da garantia da inocuidade do produto ao consumidor (Malavato, 2008.)”.
Como não tinha bem a noção de como implementar
pré-requisitos, elaborarei pesquisas no ramo e de seguida fiz um paralelismos entre
o que devia de ser feito e o que existia na realidade nas empresas deste ramo
numa óptica de futura empreendedora.
O
pescado pode ser transportador de uma variedade de microrganismos patogênicos
(ex: anisakis, metagonimus yokogawai, clostridium
botulinum, photobacterium sp, protozoários), para o homem, sendo grande
parte fruto da contaminação ambiental. Um exemplo muito conhecido são as
contaminações terrestres provenientes das contaminações cruzadas que ocorrem
durante as descargas do produto.
Uma forma de combater Anisakis consiste na
congelação 20ºC (24h) ou pateurização 55ºC mas esta última não é praticável,
uma vez que se trata do consumo de pescado cru. Representa um perigo biológico
que pode causar abcessos e úlceras, dores abdominais intensas semelhante a uma apendicite, peritonite ou oclusão intestinal.
De seguida temos Vibrio Spp, que aparece em
alimentos aquáticos (peixe e marisco), vegetais crus. E que pode causar
diarreia intensa (cholera) e desidratação acentuada. Daí a importância de
evitar contaminações cruzadas com o estabelecimento anormal das cores das
tábuas ou a escolha das facas de corte, controlar bem a desinfecção dos
vegetais e vigiar os manipuladores, uma vez que durante a doença o agente é
excretado nas fezes.
O
mesmo acontece com o parisitismo por Ascaris Lumbricoides, pois a
infecção dá-se por contacto directo com a terra ou alimentos contaminados
(vegetais). Uma maneira de prevenir isto passa pelo despiste dos portadores, desinfectar
e lavar alimentos crus, atenção aos alimentos muito manipulados e realização de
desparasitações regulares, como já foi mencionado anteriormente.
Outra
situação semelhante passa-se com a Shigella que está relacionada a más
práticas de higiene e manipulação, bem como, consumo de alimentos vegetais crus
(saladas). E a Listeria, bactéria ubiquitária, que se encontra em todo o lado
(solos, vegetais, vestuário). Daí também o cuidado com o fardamento.
Outro dos problemas em restautação são Staphyloccous Aureus por estar presente na pele, feridas infectadas e
aberturas naturais. Aparece em alimentos muito manipulados e alimentos deixados
à Tº ambiente. E que pode ser evitado com a protecção das feridas, evitar
preparações com 12h a 48h de antecedência e refrigerar rapidamente entre 20ºC a
30ºC. Devido a estes factos que defendo o uso de luvas durante a manipulação de
alimentos que não vão sofrer mais tratamento térmico ou alimentos crus.
Depois no que toca ao Bacillus Cereus, este aparece
sobretudo em cereais, essencialmente
arroz, vegetais e pratos pré-cozinhados. Mas isto pode ser evitado com o arrefecimento
rápido dos alimentos, reaquecimento a altas temperatuas e limpar regularmente o
compartimento dos cereais.
Mas é do conhecimento geral que todos os alimentos à
partida já estão contaminados de origem. Cabe-nos a nós contornar esse facto
com os conhecimentos adquiridos sobre segurança e higiene alimentar
implementando programas de pré-requesitos que dão origem ao HACCP de forma a
passar a mensagem. Contudo, posso concluir que em várias ocasiões, observei que os
pré-requisitos básicos, não eram e não são cumpridos porque as pessoas não os
percebem e também porque não lhos explicam ou ainda também porque nem lhos são
transmitidos. O que também pude depreender é que em determinadas ocasiões
devemos explicar os procedimentos como “se fosse para crianças de 6 anos”, pois
a compreensão e transmissão da mensagem destes requisitos são fulcrais para a
saúde pública.
A realização deste trabalho foi
muito importante para a nossa vida futura, tanto na área de controlo alimentar,
como na área de produção.
5- Bibliografia
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