Following into direction... Capitulo 4

O que foi que fizeste? A minha vida parecia ter começado a compor-se. Porém essa ilusão durou pouco. Os dias passaram, o sol e a lua brotaram e ausentaram-se ao longo da costa como é habitual. E cada ciclo que passou sinalizou inúmeras mesclas de terror no meu peito. Aquele dia. Aquela memória. Devias ter dito não! Grita uma voz na minha cabeça. Pois devia. Fracassei e agora… as consequências chegaram.

            As ondas rebentam na praia. Viçosas e tremendamente brutais. Um jogo de audazes este, em que nunca fui boa. A vida continua no seu rodopio infernal. A indiferença persiste e aumenta gradualmente. Pessoas são usadas e jogadas fora como objectos. E os objectos são defendidos como se deles depende as suas vidas. Para onde foram todas rectidões? Que mundo é este? Tudo continua, tudo continuou. Mas eu não.

O vento abraça-me e sussurra-me aos ouvidos, não tenhas medo. Sê forte! Lágrimas escorrem-me pela face. Ainda tenho gravada vivamente o resultado do teste na minha lembrança. Positivo. Preciso de um milagre.

- Hey Francis! – Gritou uma voz masculina.

- Olá Henrique. – Disse voltando-me.

- Olá Francis. O que se passa? Parecias muito aflita ao telemóvel. Estou preocupado.

- É verdade. Não parecia estar aflita. Estou muitíssima aflita e apavorada.

- Vem. Vamos tomar um café. Lá contas-me o que se está a passar.

            Caminhámos silenciosamente até ao café mais próximo. Sentámo-nos  e depois de escolher o que tomar. Ele encorajou-me de novo a desabafar

- Agora que estamos num local mais sossegado. Conta-me o que se passa.

- Não é nada fácil. Tenho vergonha e medo.

- Confia em mim. Desabafa. – Insistiu ele agarrando-me na mão.

- Bem, eu… eu não sei o que farei. Estou confusa. Descobri esta manhã que, estou grávida.

- Grávida Francis? – Bradou Henrique.

A vergonha inundou-me. Lágrimas brotavam dos meus olhos. Medo. Pavor. Estou perdida.

- Calma. Calma Francis. Não fiques assim. – Pediu Henrique limpando-me as lágrimas. - Vou ajudar-te.

- Pará Henrique. Não me humilhes mais. Foi um erro. Adeus.

- Não! Espera! – Disse ele impedindo-me de partir. – Confia em mim. Não estás mais só a partir de agora.