Aqui, ali, os monstros estão por todo o lado. Quando acordas, quando
sorris, até quando viras uma esquina. Por que razão isto tem de
acontecer?
Ninguém é livre. Nem tudo é possível, no
entanto não significa que, seja obrigatoriamente impossível. Eles andam aí.
Procurando um mártir para se lambuzarem nas suas fuças. Gozarem com a sua
dor. Quem sabe se não serás o próximo?
Está frio. Muito frio. Parece que morri.
Óbvio, que não morri. Os mortos não sentem dor. Nem frio. Mortos não choram. O
que se passa comigo afinal?
O que sentes é apenas culpa. Remorsos.
Por algo que ainda não fizeste. Algo que abominas, mas fá-lo-Ás na mesma. Os
monstros andam por aí... e quem te garante que não és mais um?
Não! Não posso ser. Eu tenho medo deles. E eu sei que eles existem mesmo.
Aproveitam-se do nosso sono para nos fazer mal. Quando baixas a guarda eles atacam-te!
Se acreditares eles matam-te! Pára de mentir. Tu sabes que
és um deles. Já te esqueceste? O destino... espera-te! Não poderás fugir.
Doí, não doí?
Os monstros andam aí, estão no meio de nós.
Dentro de nós. Em cada explosão de raiva. Sussurram-nos ao
ouvido. Não preciso olhar para trás para sentir o seu bafo. Continuo impotente
aos seus avanços. Talvez por medo. Pânico. Ou talvez te identifiques
com eles... não queres colocar essa hipótese?
Não! Odeio monstros. É certo que a impotência
tem ganhado sempre. Rebaixo-me perante eles. Cada vez que os encontro. Sou
fraca bem sei. Mas quem não é!
Círculo do mal, presságios...
Verdade ou não. Para o bem ou para o mal.
Aconselho-vos não acreditem nos monstros. Eles só existem nas vossas cabeças.
Nos vossos receios. Nas vossas derrotas. Sim! Eles estão lá. Qual erva daninha.
E só germinam se lhes deram alimento para tal. Falo bastante sério. Os monstros
existem, mas isso só acontece porque nós assim o deixamos!
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