- Lana? Estás
acordada? Lana... vá lá dorminhoca.
Quem seria agora?
Detesto que me venham acordar. Mas... espera aí. Onde estou eu afinal?
Alessandro, oh não. Saltei da cama assustada e encarei com Alessandro debruçado
sobre mim.
- És parvo! O que
estás a fazer aqui? Quem te que podias entrar sem a minha autorização? O que
queres? Aconteceu algo?
- Já acabaste? –
Perguntou-me de sorriso na cara.
- Qual é a graça? –
Perguntei furiosa.
- Pronto pronto. Só
queria ver fazer-te um convite.
- E precisavas de
entrar no meu quarto e debruçareste sobre mim?
- O que se passa
contigo Lana? Somos noivos qual é o mal? Não te fiz nada.
De repente a
palavra noivo ficou ecoando na minha cabeça. A farsa! Esquecera da farsa.
Bolas, mas ele assustou-me. Eu tinha deixado logo claro de inicio que não
queria contacto físico até marcamos a data do casamento. Oh minha mãe. A
situação está pior a cada dia. Mas por que razão ele nunca mais se recorda...
- Ah. Desculpa
Alessandro. Eu de manhã fico sempre muito rabugenta e insuportável. É pior
quando me acordam. Que me querias tanto dizer?
- Bem, queria
convidar-te para irmos passear pela praia. Está um óptimo dia. Estou cansado de
estar fechado. Preciso de mudar de ares.
- Sim, acho que
tens razão. Espera-me na entrada, eu despacho-me em meia-hora no máximo.
A praia para onde fomos estava
praticamente deserta. E ele parecia-me feliz.
“ Ouve o teu coração, rapariga ”
De repente ele
agarrou-me pela mão e começou a caminhar. De início estava tensa, ele pareceu
perceber e começou a perguntar-me coisas.
- Lana, eu sei que
estamos noivos. Mas há algo que me queiras contar? Sinto que aconteceu algo de
muito mal entre nós. Só que não me recordo.
- Que disparate.
Não te matrizes com isso agora. Estamos aqui para passear. – Respondi
sorrindo-lhe.
- Tens razão. É que
sinto-me mal por não me recordar de tanta coisa. Sinto que te trai ao esquecer-me de ti. Quer dizer, eu sei quem és. Sei que estamos noivos. Mas acho
que não te conheço bem.
- É normal. O que
te aconteceu foi grave. Teremos muito tempo para nos voltar a conhecer. –
Voltei a dizer de sorriso na cara.
- Sim, é verdade. Acho que vou nadar um pouco, que
achas?
- Não sei. Tens a
certeza que estás em condições de nadar em mar aberto?
- Claro. O médico
disse que recuperei bem e rápido. Mas acho que os méritos são mais teus que
dele. – Respondeu-me de sorriso nos lábios e olhos cintilantes. – Não te
preocupes, mamã. Eu nado bem perto da margem.
“ Então já sabes que sensação estranha é essa? Já
acreditas? ”
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